quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Verão 2012-A logística da saída

 

As férias de 2012 compreenderam duas etapas distintas: uma primeira, no norte do país, zona do Porto, para os habituais tratamentos dentários e pequenas reparações na autozita e uma segunda, por terras de França. Uma saída de Portugal já não nos acontecia há três anos, talvez por alguma indolência.

Estas viagens envolvem sempre uma cuidadosa preparação, uma vez que a nossa intenção é divertirmo-nos, aproveitarmos ao máximo o passeio na autozita, conhecermos novos locais e pessoas, assim como formas de viver diferentes da nossa. Pretendemos então que tudo corra bem, não querendo passar tempo em oficinas, hospitais, veterinários, etc.

A nossa atenção centra-se em aspectos relacionados com os diversos intervenientes na operação:

  • A autozita

Durante o ano fazemos algumas saídas, mas para ir para fora há que fazer uma revisão mais alargada, no sentido de tentar evitar problemas durante a viagem, problemas esses que se revelam de mais difícil resolução no exterior, conforme já nos aconteceu mais de uma vez.

É certo que nunca ficaram por solucionar, mas representam sempre perrda de tempo e algum stress que preferimos evitar.

A minha experiência mostra que sempre se conseguiram resolver todas as situações, graças à amabilidade com que fomos atendidos onde foi necessário. Não guardo recordações más, se exceptuar uma vez na Alemanha e todas as que se referem a assaltos ou tentativas de assalto à autocaravana, sobretudo durante a travessia de Espanha. Por esse motivo tentamos fazer a travessia Portugal-França num só dia. Quando facilitamos, acontece sempre qualquer coisa.

Mais uma vez aconteceu nesta viagem, o que relatarei na altura própria.

Assim, antes de partir levámos a autozita ao representante da Fiat e, apesar de ela já não ir para nova, saíu da oficina impecável e aguentou a viagem sem qualquer problema.

  • Os documentos pessoais

A preparação dos documentos da viagem é deveras importante. Não podemos dar-nos conta, quando já estivermos em viagem, que nos esquecemos do nosso bilhete de identidade ou passaporte, do documento do seguro do carro (carta verde) ou de qualquer outro.

As crianças, mesmo se muito pequenas, também têm de ter documento de identificação, sob pena de não ser autorizada a sua passagem em zonas de fronteira.

Costumo fazer uma lista de todos os documentos e era prática habitual fotocopiá-los, incluindo carta de condução, cartões de débito e de crédito. Atualmente digitalizo-os para uma pen, forma mais fácil de transportar. Se forem roubados, é mais fácil ter acesso a tudo num instante, a não ser que roubem também a pen, o que seria mesmo azar.

  • A estrutura da viagem

Quando há muitos anos iniciei as minhas viagens, fazia um estudo aturado da viagem, cidades e locais a visitar, sítios de pernoita, quilómetros, custos, etc. Há já muito tempo que deixei de o fazer porque era trabalho em vão, nunca cumpria o que programava. Dá-me mais gosto  ter uma ideia dos locais para onde gostaria de ir, ler qualquer coisa sobre os sítios e partir à aventura. No local decide-se, se gostarmos podemos ficar mais, caso contrário, vamos logo embora.

Faço sempre uma programação básica, mas não rígida.

Claro que estamos a falar de viagens e passeios na Europa, não aqueles que alguns companheiros fazem a sítios longínquos e perigosos, para os quais é necessária uma programação rigorosa.

  • As pessoas

É preciso tratar do Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD), que veio substituir o anterior E111, o passaporte azul. Ao longo dos anos sempre levei connosco o dito, que nunca foi necessário. Pois não, mas há sempre uma primeira vez e este ano serviu mesmo e justificou todos os anos que dele tratei.

É claro que, face às idades dos meus companheiros de viagem, é de regra verificar junto das entidades adequadas, os médicos, se tudo está bem e é possível fazer a viagem.

Para uma saída que durou cerca de dois meses foi preciso calcular as quantidades dos diversos medicamentos necessários para toda a viagem porque não é permitido haver falhas nesta matéria. Depois foi preciso adquiri-los e certificar-me de que não havia qualquer falha neste campo, por forma a garantir uma viagem em segurança e tranquilidade. Não podia colocar a hipótese de dar pela falta de um medicamento e tentar adquiri-lo no estrangeiro, para mim seria uma dor de cabeça que prefiro prevenir, o que felizmente aconteceu e, nesse campo tudo correu bem.

Até os medicamentos que uma das canitas toma para o coração foi adequadamente calculado e adquirido. Também levamos medicação SOS para eles, que já tem sido necessária.

Na autozita há um armário para guardar todos os medicamentos de reserva, cujo stock é rigorosamente controlado.

  • Os canitos

Também eles são uma parte importante da equipagem da autozita e há que garantir o seu bem-estar em viagem, dessa feita prolongada e limitada a um espaço restrito.

Faz parte da preparação da viagem a visita ao médico, neste caso veterinário, que avalia a sua condição física, lhes ministra as vacinas anuais e preenche o Passaporte da União Europeia. Para quê? Talvez nunca seja preciso. Se calhar não, mas a nós até já nos fez falta uma vez, não nesta viagem, já há muitos anos. Por isso, levamos sempre.

Passaporte animal s`nº

  • As roupas pessoais, de casa  e os víveres

Uma das razões pelas quais gosto de viajar em autocaravana é porque posso levar “tudo” aquilo que me faz falta (tendo em conta o peso final da auto), arrumado nos sítios. Não são precisas malas que se transportam de um lado para o outro, que por vezes mal se conseguem fechar pelo volume de itens que contêm, enfim uma maçada. Mas dadas as circunstâncias, no nosso caso temos de prever roupas para o calor (é verão), mas como noutros países faz frio ou chove, precisamos de ter roupa e sapatos adequados. No final é uma trabalheira para organizar tudo, mas consegue-se.

A roupa de uso na auto, como sejam a roupa de cama e as toalhas prefiro levar na quantidade certa para toda a viagem, porque não gosto muito de lavar no caminho, a não ser peças pequenas, normalmente de uso pessoal. Caso contrário, para mim torna-se uma canseira, o que eu não quero.

Quanto à alimentação, em viagens anteriores levávamos muita comida, agora já não o fazemos. Gostamos de ter comida pronta para os primeiros dias de viagem, o congelador e o frigorífico vão cheios (são de pequena capacidade) e apenas algumas coisas que não queremos comprar lá fora, como sejam o bacalhau, o azeite, o vinho e o café e pouco mais.

Para nós faz parte da viagem e é sempre um prazer visitar supermercados e outras lojas nos países a que nos deslocamos, o que nos dá a oportunidade de conhecer formas de apresentação diferentes das que vemos cá, outras delícias, o mesmo é dizer conhecer um pouco mais como se vive nesse país.

Antes de sair para uma viagem fora de Portugal adquirimos três novas garrafas de gás para não ter falta durante a viagem.

  • A casa

Para nós e, para mim em particular, é uma enorme satisfação viajar na autozita.

Li uma vez no blogue de uma companheira autocaravanista que para ela,  tão somente  estacionar numa qualquer praça mesmo se perto de casa e ali passar o fim de semana, tinha um gosto especial.

É uma sensação de liberdade, de bem-estar, que só quem aprecia desta mesma forma, pode compreender.

Do mesmo modo que se parte com enorme satisfação, queremos regressar e renovar esse mesmo contentamento.

Eu costumo fazer uma lista de coisas a fazer em casa para que nada falte, por exemplo, fechar o gás na fonte, as portas e janelas, garantir que a rega está bem ligada e que quando chegamos as plantas nos aguardam vivas, etc, etc.

E agora é só partir e desfrutar, se tivermos a sorte de tudo correr bem.

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