domingo, 29 de agosto de 2010

Páscoa 2010 (de 4 a 11 de Abril de 2010)

Há já muito tempo que esta partida era esperada. Aguardámos a passagem da Páscoa e decidimos aproveitar a semana livre antes do início das aulas para uma pequena deslocação em Portugal.

1º Dia - 4 de Abril de 2010 - Domingo

O dia estava solarengo e partimos cerca das 14 horas. Aproveitámos o IP1 e em seguida entrámos na autoestrada (A22). Não privilegiamos o recurso a autoestradas para deslocações em autocaravana dado que sendo considerado um veículo de classe 2, o preço da portagem duplica e torna-se muito dispendioso, sobretudo se considerarmos a velocidade que atingimos e o tempo que poupamos. Normalmente não temos pressa especial pelo que não se justifica a sua utilização com a autocaravana, a não ser por questões de maior segurança, razão que nos leva a utilizar a A22.
Percorridos cerca de 41 kms na A22, parámos numa estação de serviço para abastecer, uma vez que tentamos não ter o depósito da autozita muito cheio. O preço do litro ficou-nos a 1,193, pelo que colocámos apenas o suficiente para chegar ao Centro Comercial do Montijo, onde habitualmente paramos para abastecer de combustível a um preço mais baixo (€1,074/litro).
Durante toda a viagem registou-se muito movimento, dado tratar-se ainda das férias escolares e verificar-se deslocação de pessoas de e para o Algarve.
De seguida dirigimo-nos para Lisboa e estacionámos na área existente para esse efeito em frente ao Mosteiro dos Jerónimos (junto ao mar), na zona da Doca de Belém, que se encontrava quase repleta.
Eram 21h 30 mn.
Noite calma, tempo agradável, sítio e companheiros sossegados. Saída para dar ar aos canitos e regresso para tomar qualquer coisa. Como já era tarde, apenas pão, leite e fruta.

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301


2º Dia - 5 de Abril de 2010 - Segunda-Feira

Dia de sol a convidar a levantar cedo. Demoramos sempre um pouco a ultimar as coisas para a saída. O mais prioritário é a saída dos canitos que mal nos sentem acordados já não descansam. É um prazer viajar com eles, será que não podíamos deixar de os trazer? Poder, podíamos, mas não era a mesma coisa. Estes canitos fazem parte integrante desta família e acompanham-nos para todo o lado, com grande prazer nosso e deles. E, assim, lá foram passear.
De seguida dirigimo-nos à Marcampo, onde chegámos pelas 11H20mn, para resolver uma pancada que tínhamos dado no ano anterior, num farolim, que não se partiu mas andava preso com fita adesiva. Estava bem fixo, mas já que por ali passávamos resolver ver se nos atendiam. E, surpreendentemente, o técnico resolveu a situação e com muito boa disposição. Mais tarde soube que se tinha reformado por aquela altura.
Dirigíamo-nos ao Porto onde um familiar ia a uma consulta médica, pelo que entrámos na A1, onde ao fim de percorrermos 137 kms, estacionámos numa área de serviço no caminho, na zona de Leiria (Repsol). Eram 13H35mn, hora adequada para almoçar. Como sempre que vamos de viagem, para não nos preocuparmos com isso, levamos comida feita para os dois primeiros dias. E foi dessa comida que petiscámos ao almoço.
Dirigíamo-nos ao Porto, para uma consulta de um familiar. Chegámos cerca das 17 h ao Hospital onde ele ficou para ser atendido.
Nós dirigimo-nos para o local onde habitualmente estacionamos, junto a uns prédios, com relvado para os canídeos se deliciarem a passear e nós descansarmos tranquilamente.
Oportunidade para rever familiares que se encontram no outro extremo do país e para carregamento do material – telemóveis, computador e material de imagem.
Sono reparador após uma refeição em casa dos familiares que visitámos.

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322
623


3º Dia - 6 de Abril de 2010 - Terça-Feira

O que nos tinha levado ao Porto estava resolvido e era, então, hora de partida. Cerca das 10H30mn, depois do indispensável passeio canino e pequeno-almoço habitual, rumámos à Foz. Há muitos anos que ali não íamos passear e gostei do que vi. A Ciclovia da Foz, cujos 8,5 Km se estendem do Castelo do Queijo à Ponte D. Luís I, na Ribeira, é uma mais valia para a população que dela usufrui e benéfico do ponto de vista dos tão propalados benefícios para a saúde. 
Paragem para fotos e apreciar aquela beleza. Aliás, onde há água é sempre belo, pelo menos para mim.
Para não estranhar tive que sentir mais uma vez um nó a apertar-me na garganta, quando depois de percorrida a ciclovia na sua quase totalidade, reparo, ao fundo, na entrada para a Ponte Luís I. Ora, já não é a primeira vez que tenho alguma situação mais atribulada devido às dimensões da autozita. Não reparei melhor, não perdi mais tempo, não pensei duas vezes. à minha esquerda havia uma ruela íngreme, que subi e fiz manobra junto a uns carros da polícia estacionados e regressei à Foz pelo mesmo caminho.
Hoje estive a consultar a net e pude constatar que pelo tabuleiro inferior da Ponte Luís I passam autocarros e outros veículos de grande porte. Mas desta escapámos e para a próxima já sabemos.



Resolvemos dar uma volta pelas imediações do Porto e, se bem o pensámos, melhor o fizemos. Ligado o GPS, já que o Porto para nós continua a ser quase uma incógnita, rumámos ao Canidelo e à Praia dos Lavadores. Uma praia com um areal bonito, uma calçada bordejando o mar, um local muito agradável.


Estacionámos a autozita paralela ao mar, já que o enorme estacionamento tinha muitos lugares e ficámos a apreciar o movimento.


Apesar de ser um dia-de-semana a zona estava pejada de pessoas, de todas as idades, quer passeando ao longo da marginal, quer sentados em bancos ali colocados para esse efeito. Alguns iam acompanhados de crianças, o que na altura me chamou a atenção. Mas está bem, estávamos na última semana de férias da Páscoa e todos queríamos aproveitar o sol que não se fazia rogado.
Ali preparámos o almoço e o degustámos com uma esplêndida  vista de mar. Para mim, este é um dos prazeres que retiro dos passeios na autozita.
A acrescentar que nessa zona existe um bar de praia e diversos apoios. De notar que o bar dispõe de instalações sanitárias, que na altura estavam limpíssimas e sem restrições de acesso. Gostei.
Acabámos por estacionar no mesmo sítio da véspera, no Porto, não sem antes encher o depósito de gasóleo num Centro Comercial que tinha os preços mais convidativos na época (€1,049/L).
Paragem às 19H e jantar na casa de familiares. Dia interessante.
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687

 

4º Dia – 7 de Abril de 2010 – Quarta-Feira

Acordámos cerca das 8H40mn. O dia estava de sol, mas frio. Estávamos no Porto. Levámos os canitos a passear (ou são eles que nos levam a nós?) e tomámos o pequeno-almoço. Saída às 11H15mn rumo a sul.
No nosso caminho estava a Mealhada, velha conhecida de há muitos anos, quando vivemos em Coimbra. Sempre que estamos perto gostamos de lá parar e almoçar.
Vindos do Norte pela EN1, ao Km 234 (Mealhada) abrandamos e vemos o Restaurante Meta dos Leitões pela esquerda e um grande estacionamento, que lhes pertence, pela direita. Entramos lentamente e com cuidado, para não bater com a traseira da auto. Dirigimo-nos ao lugar que já conhecemos e que tem uma árvore já de porte razoável para proteger a auto, já que não podemos esquecer que os bichanos vão ficar à nossa espera. É um parque vigiado e, quando saímos, recomendamos a autozita, uma vez que as janelas de cima ficam abertas.
Vimos à Mealhada mas não para comer leitão, o que ali nos leva é a paella, acompanhada pelo vinho espumante da casa. É uma refeição muito agradável e a sala (eles têm várias) está apinhada de gente. Não esquecer, é quarta-feira mas há férias escolares. à saída trazemos, como de costume, uma garrafa de vinho branco espumoso, que não encontramos em mais nenhum lado. Valeu a pena, é um restaurante acolhedor, um pouco barulhento pelo elevado número de pessoas que ali se concentram e quanto ao pessoal, cinco estrelas.
Claro que esta apreciação é pessoal.
Como precisávamos de fazer alguma higiene à autozita, programámos o GPS para a Área de Serviço de Coimbra. Para começar foi difícil encontrá-la, o GPS mandáva-nos para o rio Mondego (?). É verdade, fica na zona. Atravessámos a ponte, passámos frente a um centro comercial, etc, etc. Estávamos quase a desistir quando resolvemos entrar por uma estrada de terra (?) e lá conseguimos encontrar a área. Penso que deveria estar melhor sinalizada.
A zona é aprazível, tem uma área verde extensa que na altura era usufruída por muita gente, de todas as idades. Existe uma zona destinada à actividade náutica.
Em relação à área propriamente dita, tem tudo o que é preciso para a manutenção da autocaravana, que aproveitámos para fazer, embora o cartaz que anuncia os serviços não esteja, no meu entender, muito explícito. Existe um local para estacionamento, no entanto encontra-se desprovido de sombras. Na altura, estava apenas uma carrinha que entretanto se foi embora. Desconhecemos se o local é iluminado e se tem segurança durante a noite.
Por essas razões, resolvemos continuar a viagem, directos à Figueira da Foz, para estacionamento no Parque junto aos Pilotos da Barra, onde chegámos cerca das 19 horas.
Trata-se de um parque enorme, menos concorrido nesta época do que no Verão, onde já se encontravam algumas autocaravanas e caravanas. Um pouco ventoso durante a noite, mas agradável, apesar de tudo.

 
 
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5º Dia – 8 de Abril de 2010 – Quinta-Feira

Partimos da Figueira da Foz cerca das 11H30mn, após o passeio matinal e o pequeno-almoço habitual. A manhã apresentou-se ventosa e fria apesar do sol.
Desta vez não demos um passeio pela cidade onde já estivéramos em Agosto passado.
Entrámos na A17 (IC1) e passámos para a N109 (direcção Leiria). Na Marinha da Guia entrámos num Intermarché com gasóleo a €1,049/L, pelo que aproveitámos para acabar de encher o depósito e também fazer algumas compras.
Rumámos à Nazaré, cidade de que gosto muito e que considero simpática. Numa pequena volta pela cidade na autocaravana, descobrimos um estacionamento que me parece que se destina aos vendedores dos mercados, mas que se encontrava repleto de autocaravanas.
É difícil estacionar junto ao mar, no entanto, parámos durante uns momentos no estacionamento vazio. A contemplação do mar é uma tentação e mais uma vez o almoço teve o ambiente que tanto aprecio.

Novamente na estrada, mais propriamente na N242, fomos para um local muito da nossa predilecção - São Martinho do Porto. Estacionámos na Avenida Marginal, em frente à praia, junto a outras já estacionadas, cerca das 17H45. É extremamente agradável e a não perder se se estiver por ali perto.
A noite foi boa, menos fria do que as últimas e foi curioso observar a ida à pesca de alguns homens, uns até bastante jovens, que por lá ficaram noite adentro.




 
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6º Dia – 9 de Abril de 2010 – Sexta-Feira

A manhã surgiu com mais calor do que fora habitual. Como nos sentimos bem, resolvemos dar uma olhada à praia e um pequeno passeio pela
Gosto de apreciar a lindíssima baía e observar as pessoas que se afadigam para a prais, mesmo nesta altura. A passadeira existente é calcorreada de uma ponta à outra e até ciclistas nela se aventuram. Aliás, na marginal de São Martinho do Porto vêem-se muitas pessoas a andar a pé ou de bicicleta, quiçá para usufruir deste belo local, ou até por motivos de saúde.
Houve sempre movimento de autocaravanas, umas que chegam, outras que partem. Daí que não se compreenda que haja um movimento para proibir o estacionamento de autocaravanas neste local.
Partimos às 15H30mn pela N242 para comprar um pão-de-ló em Alfeizerão, no Café Ferreira, fábrica de pão-de-ló. Gostamos de levar alguns produtos típicos de cada zona e este já conhecemos e gostamos. O pessoal é simpático, a casa-de-banho é limpa e há que aproveitar.
Voltámos à estrada, à A8 (IC1) e, pelas Caldas da Rainha, chegámos à Foz do Arelho. Eram 16H45mn, havia uma meia dúzia de autocaravanas num estacionamento grande que dá acesso directo à praia. Um barzinho em frente, uns clientes e umas cervejas, algum barulho mas nada que incomodasse.
Resto de dia entre uma passeata na areia e na zona anexa ao estacionamento, um lanche e jantar.
Noite descansada que as condições atmosféricas propiciaram.
 
 
Kms
percorridos
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27
1019


7º Dia – 10 de Abril de 2010 - Sábado

Partimos cerca das 11H da manhã em direcção a Óbidos, onde tínhamos passado sem parar no ano transacto. Perto do Aqueduto de Óbidos, mandado construir no século XVI pela mulher de D. João III, D. Catarina de Áustria, e que tem uma extensão de cerca de 3 Km, localiza-se uma área de serviço para autocaravanas. Possui todas as condições necessárias e o atendimento foi muito gentil. Fizémos a manutenção da autozita e o pleno de água e estacionámos durante pouco mais de três horas. Ainda lhe falta que cresçam as árvores que foram plantadas. E este dia estava de muito calor. Fomos dar uma voltita a Óbidos, afinal é só atravessar uma rua e ali tão perto encontra-se a entrada. Demos um passeio pelas lojinhas de artesanato, que são imensas. Regressámos à autocaravana e foi então que uma inglesa quis ter uma altercação connosco, ou seja, comigo. Que os cães tinham feito muito barulho, o que não é verdade, a não ser que lá tivessem ido meter-se com eles, que ia chamar a polícia e blá, blá, blá. Que fosse, respondi-lhe perante o olhar discreto e talvez envergonhado do marido, que não disse uma palavra.




À entrada de Óbidos, a Porta da Vila
E como era nosso plano, lá partimos para Peniche, um pouco irritados com aquela senhora, que nos tirou um pouco do sério. Mas dali não veio mal ao Mundo, nem para ela nem para nós e ao que parece para o marido também não.
Demos uma volta por Peniche, sempre agradável de ver e que contempla estacionamento para autocaravanas. Desta não parámos, fomos até ao Cabo Carvoeiro e seguimos caminho até Lisboa, para tratar de uns assuntos que tínhamos agendado.
Uma hora depois estávamos a atravessar a Ponte Vasco da Gama rumo ao Montijo, a visitar familiares e a encher o depósito de gasóleo.


Kms percorridos
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Total da Viagem
184
1203


8º Dia – 11 de Abril de 2010 - Domingo

O que era bom estava-se a acabar e lá partimos nós pela autoestrada rumo a casa, onde chegámos perto das 15 horas.
Kms percorridos
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Total da Viagem
240
1443

Foi uma viagem agradável, sem contratempos de nota. Quero repetir alguns destes lugares assim que possa.

Resumo da Viagem

Data da Viagem – 4 a 11 de Abril de 2010
Dias de Viagem – 8
Países visitados – Portugal
Kms efectuados - 1443
Gasóleo (L) – 235
Gasóleo (custo em €) – 255
Portagens (custo em €) - 69,55
Refeições fora – Mealhada (1), casa de familiares (2)

sábado, 21 de agosto de 2010

Barcelona ( )

Há dois dias li o relato de uma companheira autocaravanista  sobre a fase final da sua viagem de verão, em que refere que lhe terão sido roubadas uma máquina fotográfica e todo o seu conteúdo, assim como as chaves do veículo, o que resultou num fim de férias dramático e completamente estragado. A leitura da ocorrência trouxe-me à memória uma situação que nos aconteceu há já muitos anos, precisamente em Barcelona.
Tínhamos acabado de visitar a Sagrada Família e íamos passeando a pé, a aproveitar o que aquela bela cidade tem para oferecer. Os meus acompanhantes, já com alguma idade, iam ligeiramente à minha frente, quando de uma varanda, foi atirado um líquido castanho, que me pareceu ser leite com chocolate. As costas dos casacos de ambos foram atingidas e ficaram bastante sujas. Vociferámos, mas fazer o quê? Nada. Eis senão quando surge um indivíduo muito simpático, que quis ajudar.Encaminhou-nos para um local perto dali e, de forma solícita, insistiu para que eu fosse comprar uma garrafa de água numa loja ali perto. Mas eu recusei. A certa altura já não era só ele a insistir, eram também os meus companheiros. Mas eu não fui. Coloquei a máquina de filmar deles ao pescoço e não arredei pé. A certa altura, no meio desta cena, o intruso pega no livro de cheques do meu companheiro e passa-lho. Para mim foi demais. Pegámos e fomos embora com os casacos como estavam. Também não ia adiantar nada.
Entretanto, o vendedor de um quiosque na zona onde isto se passava, olhava para nós com preocupação. Só mais tarde interpretámos dessa forma. Ele sabia, até porque devia conhecê-los e à forma de actuar. Mas provavelmente tinha medo e nada podia fazer. Mas eles sabem fazê-las tão bem, que as pessoas, no momento, ficam baralhadas. Desta vez tivemos sorte, não nos roubaram nada.
Mas o mesmo não aconteceu em tantas outras vezes em que não tivemos a mesma felicidade.