sábado, 21 de agosto de 2010

Barcelona ( )

Há dois dias li o relato de uma companheira autocaravanista  sobre a fase final da sua viagem de verão, em que refere que lhe terão sido roubadas uma máquina fotográfica e todo o seu conteúdo, assim como as chaves do veículo, o que resultou num fim de férias dramático e completamente estragado. A leitura da ocorrência trouxe-me à memória uma situação que nos aconteceu há já muitos anos, precisamente em Barcelona.
Tínhamos acabado de visitar a Sagrada Família e íamos passeando a pé, a aproveitar o que aquela bela cidade tem para oferecer. Os meus acompanhantes, já com alguma idade, iam ligeiramente à minha frente, quando de uma varanda, foi atirado um líquido castanho, que me pareceu ser leite com chocolate. As costas dos casacos de ambos foram atingidas e ficaram bastante sujas. Vociferámos, mas fazer o quê? Nada. Eis senão quando surge um indivíduo muito simpático, que quis ajudar.Encaminhou-nos para um local perto dali e, de forma solícita, insistiu para que eu fosse comprar uma garrafa de água numa loja ali perto. Mas eu recusei. A certa altura já não era só ele a insistir, eram também os meus companheiros. Mas eu não fui. Coloquei a máquina de filmar deles ao pescoço e não arredei pé. A certa altura, no meio desta cena, o intruso pega no livro de cheques do meu companheiro e passa-lho. Para mim foi demais. Pegámos e fomos embora com os casacos como estavam. Também não ia adiantar nada.
Entretanto, o vendedor de um quiosque na zona onde isto se passava, olhava para nós com preocupação. Só mais tarde interpretámos dessa forma. Ele sabia, até porque devia conhecê-los e à forma de actuar. Mas provavelmente tinha medo e nada podia fazer. Mas eles sabem fazê-las tão bem, que as pessoas, no momento, ficam baralhadas. Desta vez tivemos sorte, não nos roubaram nada.
Mas o mesmo não aconteceu em tantas outras vezes em que não tivemos a mesma felicidade.

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